Namore uma garota que lê.

Acabei de ler esse texto no Viliamei a achei perfeito como os últimos dois textos postados.

Namore uma garota que lê

(De Rosemary Urquico. Tradução e Adaptação de Gabriela Ventura do Quinas e Cantos.)


Namore uma garota que gasta seu dinheiro em livros, em vez de roupas. Ela também tem problemas com o espaço do armário, mas é só porque tem livros demais. Namore uma garota que tem uma lista de livros que quer ler e que possui seu cartão de biblioteca desde os doze anos.

Encontre uma garota que lê. Você sabe que ela lê porque ela sempre vai ter um livro não lido na bolsa. Ela é aquela que olha amorosamente para as prateleiras da livraria, a única que surta (ainda que em silêncio) quando encontra o livro que quer. Você está vendo uma garota estranha cheirar as páginas de um livro antigo em um sebo? Essa é a leitora. Nunca resiste a cheirar as páginas, especialmente quando ficaram amarelas.

Ela é a garota que lê enquanto espera em um Café na rua. Se você espiar sua xícara, verá que a espuma do leite ainda flutua por sobre a bebida, porque ela está absorta. Perdida em um mundo criado pelo autor. Sente-se. Se quiser ela pode vê-lo de relance, porque a maior parte das garotas que leem não gostam de ser interrompidas. Pergunte se ela está gostando do livro.

Compre para ela outra xícara de café.
Diga o que realmente pensa sobre o Murakami. Descubra se ela foi além do primeiro capítulo da Irmandade. Entenda que, se ela diz que compreendeu o Ulisses de James Joyce, é só para parecer inteligente. Pergunte se ela gostaria ou gostaria de ser a Alice.

É fácil namorar uma garota que lê. Ofereça livros no aniversário dela, no Natal e em comemorações de namoro. Ofereça o dom das palavras na poesia, na música. Ofereça Neruda, Sexton Pound, cummings. Deixe que ela saiba que você entende que as palavras são amor. Entenda que ela sabe a diferença entre os livros e a realidade mas, juro por Deus, ela vai tentar fazer com que a vida se pareça um pouco como seu livro favorito. E se ela conseguir não será por sua causa.

É que ela tem que arriscar, de alguma forma.
Minta. Se ela compreender sintaxe, vai perceber a sua necessidade de mentir. Por trás das palavras existem outras coisas: motivação, valor, nuance, diálogo. E isto nunca será o fim do mundo.

Trate de desiludi-la. Porque uma garota que lê sabe que o fracasso leva sempre ao clímax. Essas garotas sabem que todas as coisas chegam ao fim. E que sempre se pode escrever uma continuação. E que você pode começar outra vez e de novo, e continuar a ser o herói. E que na vida é preciso haver um vilão ou dois.

Por que ter medo de tudo o que você não é? As garotas que leem sabem que as pessoas, tal como as personagens, evoluem. Exceto as da série Crepúsculo.

Se você encontrar uma garota que leia, é melhor mantê-la por perto. Quando encontrá-la acordada às duas da manhã, chorando e apertando um livro contra o peito, prepare uma xícara de chá e abrace-a. Você pode perdê-la por um par de horas, mas ela sempre vai voltar para você. E falará como se as personagens do livro fossem reais – até porque, durante algum tempo, são mesmo.

Você tem de se declarar a ela em um balão de ar quente. Ou durante um show de rock. Ou, casualmente, na próxima vez que ela estiver doente. Ou pelo Skype.

Você vai sorrir tanto que acabará por se perguntar por que é que o seu coração ainda não explodiu e espalhou sangue por todo o peito. Vocês escreverão a história das suas vidas, terão crianças com nomes estranhos e gostos mais estranhos ainda. Ela vai apresentar os seus filhos ao Gato do Chapéu [Cat in the Hat] e a Aslam, talvez no mesmo dia. Vão atravessar juntos os invernos de suas velhices, e ela recitará Keats, num sussurro, enquanto você sacode a neve das botas.

Namore uma garota que lê porque você merece. Merece uma garota que pode te dar a vida mais colorida que você puder imaginar. Se você só puder oferecer-lhe monotonia, horas requentadas e propostas meia-boca, então estará melhor sozinho. Mas se quiser o mundo, e outros mundos além, namore uma garota que lê.


Ou, melhor ainda, namore uma garota que escreve.


Texto original: Date a girl who reads – Rosemary Urquico

Não namore uma garota que lê.

Sem palavras...
Simplesmente leia!

“Saia com uma garota que não lê. Encontre-a cansada no meio de um miserável bar do Centro-Oeste. Encontre-a no meio do fumo, do suor de bêbados e das luzes multicoloridas de uma discoteca de luxo. Onde quer que a encontre, descubra-a sorrindo e assegure-se de que esse sorriso permaneça enquanto as pessoas que estão falando com ela, desviem o olhar. Cative-a com trivialidades pouco sentimentais, use as típicas frases de conquista e ria interiormente. Leve-a para fora quando os bares e as discotecas tenham dado por concluída a noitada; ignore o peso da fadiga. Beije-a embaixo da chuva e deixe que a tênue luz de um poste da rua os ilumine, assim como você havia visto que acontece nos filmes. Faça um comentário sobre o pouco significativo que isso teve. Leve-a seu apartamento e faça logo amor. Faça sexo.

Deixe que o ansioso contrato que você inconsciente havia escrito evolua de uma forma lenta e desconfortável em relacionamento. Encontre interesses e gostos em comum, como sushi e música folk. Construa um muro impenetrável ao redor deles. Faça de um espaço comum um espaço sagrado e regresse a ele cada vez que o ar se torne pesado ou as noites longas. Fale-a de coisas sem importância. Pense pouco. Deixe o mês passar despercebido. Peça-a para se mudar e vir morar com você. Deixe-a decorar. Brigue por coisas insignificantes, por exemplo, sobre a cortina do banheiro que deve permanecer fechada para que não fique cheia daquele maldito mofo. Deixe que passe um ano sem que perceba. Comece a perceber.

Conclua que provavelmente você deveria se casar porque você vai ter desperdiçado muito tempo da sua vida. Convide-a para jantar no quadragésimo quinto andar de um restaurante muito além dos seus meios. Tenha certeza de que a vista da cidade seja bonita. Timidamente, peça para o garçom trazer uma taça de champanhe com um modesto anel nele. Quando ela perceber, proponha a ela com toda a sinceridade e entusiasmo que você tem. Não se preocupe se você sentir que seu coração está a ponto de atravessar seu peito e se não sente nada, tão pouco dê importância. Se houver aplausos, deixe que terminem. Se ela chorar, sorria como se nunca estivesse estado tão feliz, e se não conseguir sentir isso, sorria da mesma maneira.

Deixe os anos passarem sem que perceba. Consiga uma carreira, não um emprego. Compre uma casa. Tenha dois filhos bonitos. Tente criá-los bem. Falhe, frequentemente. Caia em uma entediante indiferença e logo em uma tristeza dessa mesma natureza. Tenha uma crise de meia-idade. Envelheça. Admire a sua falta de realização. Às vezes, sinta-se contente, mas principalmente vago e etéreo. Sinta-se durante as caminhadas como se você nunca pudesse retornar ou que o vento pode levá-lo consigo. Contraia uma doença terminal. Morra, mas só depois de ter se dado conta de que a garota que não lê jamais fez seu coração vibrar com uma paixão que tivera significado, que ninguém vai escrever a história de suas vidas, e que ela vai morrer também, arrependida que nada proveio da sua capacidade de amar.

Faça todas essas coisas, maldita seja, porque nada é pior do que uma garota que lê. Faça, eu digo, porque uma vida no purgatório é melhor do que uma vida no inferno. Faça, porque a garota que lê possui o vocabulário que pode descrever esse descontentamento de uma vida insatisfeita, um vocabulário que analisa a beleza inata do mundo e a converte em uma necessidade alcançável em vez de uma maravilha alienada. Uma garota que lê faz alarde de um vocabulário que pode identificar a capciosa e desalmada retórica de quem não pode amá-la e a inarticulada causada pelo desespero de quem a ama muito. Um vocabulário, maldito seja, que faz de mim um enganador vazio, um truque barato.

Faça, porque a garota que lê, entende sintaxe. A literatura tem a ensinado que os momentos de ternura chega em intervalos esporádicos, mas reconhecíveis. Uma garota que lê sabe que a vida não é planar, ela sabe e exige, que o fluxo da vida venha em uma corrente de decepção. Uma garota que leu sobre as regras de sintaxe, conhece as pausas irregulares – a vacilação e a respiração – que acompanha a mentira. Sabe qual é a diferença entre um episódio de raiva isolado e os hábitos de alguém que se agarra com força a alguém cujo amargo cinismo continuará, sem razão e sem propósito, depois que ela tenha empacotado suas coisas e pronunciado um inseguro adeus. E ela decidiu que eu sou uma elipse e não uma etapa, e, por isso, segue seu caminho. A sintaxe a permitiu que conhecesse o ritmo e a cadência de uma vida bem vivida.

Namore uma garota que não lê, porque uma garota que lê sabe a importância de uma trama. Ela pode traçar as demarcações de um prólogo e os cumes afiados de um clímax. Ela sente em sua pele. Uma garota que lê será paciente caso haja pausas e tentará acelerar o desfecho. Mas de todas as coisas, a garota que lê conhece o inevitável significado de um final. E sente-se cômoda com ele. Ela tem se despedido de milhares de heróis com apenas uma pontada de tristeza.

Não namore uma garota que lê porque garotas que leem são contadoras de história. Você com Joyce, você com o Nabokov, você com Woolf. Você na biblioteca, na plataforma de metrô, você em um café de esquina, você na janela do quarto. Você, que tem feito minha vida tão difícil. A garota que lê tornou-se uma espectadora de sua vida e cheia de significado. Ela insiste que suas narrativas são ricas, ela apóia seu elenco colorido e sua tipologia. Você, a garota que lê, faz-me querer ser tudo que eu não sou. Mas eu sou fraco e vou deixá-la, porque você tem sonhado, propriamente, com alguém que é melhor do que eu. Você não vai aceitar a vida que eu disse no início deste texto. Você vai aceitar nada menos que paixão, e perfeição, e uma vida digna de ser narrada. Por isso, vou deixá-la, garota que lê. Pegue o próximo trem que a levará para o Sul e leve consigo um Hemingway. Eu te odeio. Eu realmente, realmente, realmente te odeio.””


— Não Namore uma Garota que Lê


 

Namore um cara que lê.


Simplesmente fiquei pasma com tamanha complexidade e ao mesmo tempo clareza destes textos a seguir.
PS: Se não tem paciência com textos grandes nem comece, seria uma afronta a uma obra de arte.



“Namore um cara que se orgulha da biblioteca que tem, ao invés do carro, das roupas ou do penteado. Ele também tem essas coisas, mas sabe que não é isso que vai torná-lo interessante aos seus olhos.
Namore um cara que tenha uma pilha de três ou quatro livros na cabeceira e que lembre do nome da professora que o ensinou as primeiras letras.
Encontre um cara que lê. Não é difícil descobrir: ele é aquele que tem a fala mansa e os olhos inquietos. Ele é aquele que pede, toda vez que vocês saem para passear, para entrar rapidinho na livraria, só para olhar um pouco. Sabe aquele que às vezes fica calado porque sabe que as palavras são importantes demais para serem desperdiçadas? Esse é o que lê.
Ele é o cara que não tem medo de se sentar sozinho num café, num bar, num restaurante. Mas, se você olhar bem, ele não está sozinho: tem sempre um livro por perto, nem que seja só no pensamento. O rosto pode ser sério, mas ele não morde, não. Sente-se na mesa ao lado, estique o olho para enxergar a capa, sorria de leve. É bem fácil saber sobre o quê conversar.
Diga algo sobre o Nobel do Vargas Llosa. Fale sobre sobre as novas traduções que andam saindo por aí. Cuidado: certos best-sellers são assunto proibido. Peça uma dica. Pergunte o que ele está lendo –e tenha paciência para escutar, a resposta nunca é assim tão fácil.
Namore um cara que lê, ele vai entender um pouco melhor seu universo, porque já leu Simone, Clarice e –talvez não admita– sabe de memória uns trechos de Jane Austen. Seja você mesma, você mesmíssima, porque ele sabe que são as complicações, os poréns que fazem uma grande heroína. Um cara que lê enxerga em você todas as personagens de todos os romances.
Um cara que lê não tem pressa, sabe que as pessoas aprendem com os anos, que qualquer um dos grandes tem parágrafos ruins, que o Saramago começou já velho, que o Calvino melhorou a cada romance, que o Borges pode soar sem sentido e que os russos precisam de paciência.
Um namorado que lê gosta de muita coisa, mas, na dúvida, é fácil presenteá-lo: livro no aniversário, livro no Natal, livro na Páscoa. E livro no Dia das Crianças, por que não? Um cara que lê nunca abandonará uma pontinha de vontade de ser Mogli, o menino lobo.
E você também ganhará um ou outro livro de presente. No seu aniversário ou no Dia dos Namorados ou numa terça-feira qualquer. E já fique sabendo que o mais importante não é bem o livro, mas o que ele quis dizer quando escolheu justo esse. Um cara que lê não dá um livro por acaso. E escreve dedicatórias, sempre.
Entenda que ele precisa de um tempo sozinho, mas não é porque quer fugir de você. Invariavelmente, ele vai voltar –com o coração aquecido– para o seu lado.
Demonstre seu amor em palavras, palavras escritas, falas pausadas, discursos inflamados. Ou em silêncios cheios de significados; nem todo silêncio é vazio.
Ele vai se dedicar a transformar sua vida numa história. Deixará post-its com trechos de Tagore no espelho, mandará parágrafos de Saint-Exupéry por SMS. Você poderá, se chegar de mansinho, ouví-lo lendo Neruda baixinho no quarto ao lado. Quem sabe ele recite alguma coisa, meio envergonhado, nos dias especiais. Um cara que lê vai contar aos seus filhos a História Sem Fim e esconder a mão na manga do pijama para imitar o Capitão Gancho.
Namore um cara que lê porque você merece. Merece um cara que coloque na sua vida aquela beleza singela dos grandes poemas. Se quiser uma companhia superficial, uma coisinha só para quebrar o galho por enquanto, então talvez ele não seja o melhor. Mas se quiser aquela parte do “e eles viveram felizes para sempre”, namore um cara que lê.
Ou, melhor ainda, namore um cara que escreve.”

— Namore um Cara que Lê 


Autoria não é minha, perdoe-me se estou infligindo os direitos autorais

Lee Caty




Não sou completamente assim.



Imagino que há pessoas que pensam que eu sou fria, ou sou durona ou mesmo não tenho culpa na mente ou sentimentos tristes.
Eu sou do tipo de pessoas que dá um sorriso com uma faca no coração! Então não pare de falar comigo do nada, sentirei sua falta. Não me deixe sem saída, por favor não fique bravo comigo.
Eu posso não demonstrar mais você é importante para mim, de um forma ou de outra, minha vida é levada em torno de companhias. Eu não vejo a felicidade só, preciso de alguém para compartilhar minha felicidade.
Então mesmo que eu não diga que te amo, ou que você é especial para mim, não se engane sentirei muito a sua falta se partir, chorarei a noite por não poder sair contigo, ficarei deprimida por não poder te abraçar.

Me desculpe se eu não demonstro o que sinto, mas se você prestar a atenção verá nos meu olhos o quanto você é especial. Eu posso xingar e falar que te odeio, mais na verdade se eu te odiasse nem falaria contigo. 
Se te chamo de idiota, sinta-se a pessoa mais feliz do mundo, pois eu estou falando que não consigo sair de perto de você mesmo se eu quisesse.

Sou complicada ao olho do povo, mais sou tão simples se você prestar a atenção. E por fim, não esqueça eu sou humana. Erro como todos os outros, mais ao contrário de muitos, não tenho vergonha de pedir desculpas, mesmo isso ferindo meu grande orgulho.
Sou teimosa só peço que me prove o porque que estou errada, e me explique o porque da raiva, não irei pedir desculpas sem saber. Acima de tudo, quando peço desculpas elas são sinceras, muito mais não espere que eu vá pedindo sempre por um mesmo motivo, farei isso só uma vez.

E olhar por um lado, não sou grossa e severa, só me perdi num mundo onde expressar verdadeiros sentimentos é sinal de vulnerabilidade. 

É nosso dia...


Dia internacional da mulher.. esse é merecidamente o nosso dia. Mas o que nos torna tão especiais a ponto de termos uma dia só nosso?
Me pergunto se foram os tantos protestos, ou manifestações que foram feitas ao longo dos anos, a luta pelos tão  queridos direitos. Eu penso que a mulher nunca vai ser igual ao homem, nunca será tratada em igualdade, mais isso não é de todo ruim. Nós querendo ou não, somos seres mais delicados em certos aspectos e em outros somos mais fortes. Podemos suportar fortes decepções emocionais. Precisamos de companheiros homens a quem possamos confiar e amar, sermos cuidadas e cuidar.

Queremos igualdade mais procuramos a delicadeza nas coisas, e o cavalheirismo em cada um. Somos seres complexos por si e simples por natureza. A mulher traz a luz por onde passa, delicadeza, amor, e beleza.

Não sei o que seria dos homens se não fosse nós, e não sei o que seria de nós se não fosse os homens. Então esse dia não é só para lembrar o quanto as mulheres são importantes, e sim o quanto ela lutou, o quanto ela faz bem. Falei quase a mesma coisa.


Bom é só isso, feliz dia da mulher para todas! ^^